Este Blog tem como principal objetivo divulgar atividades matemáticas realizadas por alunos do 6º ao 9º ANO do Ensino Fundamental e suas interações com os recursos midiáticos.

sexta-feira, 22 de março de 2013


Desafios do Uso da Internet em Sala de Aula

Resumo
A Internet se apresenta como uma nova fonte de pesquisar e de produzir conhecimento proporcionando novas formas de interatividade como: blogs, e-mails, sms via telefone celular e sites como facebook e Orkut.  A interatividade traz a liberdade e se torna uma nova forma de comunicação, sendo na construção da cidadania imprescindível ao sistema educacional do século XXI. Portanto torna-se necessário: a inserção de computadores e internet nas salas de aulas, mudar metodologias e práticas pedagógicas, além de preparar os professores para bem usar os recursos midiáticos da modernidade, de forma a atender os anseios da chamada geração digital, com o educador deixando de ser aquele que expõe todo conteúdo passando a ser: mediador, incentivador da aprendizagem, avaliador. A necessidade de ensinar usando os recursos midiáticos decorre da importância de preparar os alunos para que sejam capazes de enfrentar os desafios apresentados pela sociedade contemporânea, da aplicabilidade dos meios de comunicação e informação como a internet. Este trabalho ressalta o uso de recursos de mídia como uma ferramenta pedagógica e apresenta o seu propósito na Escola Municipal Dr. Fernando Sá Miranda, na qual os computadores disponíveis na instituição não são suficientes para atender a demanda da mesma, além disso, nem sempre se encontram em condições operacionais por falta de profissional técnico especializado para a devida manutenção. Poucos alunos acessam a internet a partir da escola, visto que o acesso é controlado e restrito aos educadores.
Palavras Chave: Internet, Computador, Educação, Recursos midiáticos.

Abstract
The Internet presents itself as a new source of research and providing knowledge to produce new forms of interactivity such as blogs, emails, sms via cell phone and sites like Facebook and Orkut. Interactivity brings freedom and becomes a new form of communication, and the construction of citizenship essential to the educational system of the XXI century. Therefore it is necessary: the inclusion of computers and internet in classrooms, changing methodologies and pedagogical practices, and prepare teachers to use the right media resources of modernity in order to meet the aspirations of so-called digital generation, with educator ceasing to be one that exposes all content going to be: mediator, encourager of learning, assessor. The need to teach using the media resources stems from the importance of preparing students to be able to face the challenges of contemporary society, the applicability of media and information such as the Internet. This work emphasizes the use of media resources as a teaching tool and presents its purpose at the Municipal School Dr. Fernando Sá Miranda, in which computers available in the institution are not sufficient to meet the demand of it, moreover, not always are in operating condition due to lack of professional technician for proper maintenance. Few students access the Internet from school, since access is controlled and restricted to educators.
Keywords: Internet, Computer, Education, Resources media.


Introdução
O artigo científico em questão trata-se do uso da internet em sala de aula com base na realidade encontrada na Escola Municipal Dr. Fernando Sá Miranda – Macarani- Bahia. 
 A sociedade de um modo geral e mais especificamente professores e alunos recebem informações pelos diversos meios: a mídia impressa, televisão, rádio, assistem filmes, vão aos shows, usam celular e estão de uma forma ou de outra, conectados ao mundo tecnológico.
As crianças e adolescentes hoje constitui a chamada geração digital que conforme Basso (2003) trata-se da geração que se utiliza, constantemente das ferramentas e dos serviços implícitos à rede Internet e na qual busca, fora de um modo tradicional de pesquisar e de produzir o que interessa às suas demandas. Navega-se na Internet, acessa informações disponíveis em diferentes fontes, conhece pessoas, comunica-se com amigos distantes e aprende-se por meio de trocas colaborativas. 
Com o advento da internet surgiram novas formas de interatividade, a comunicação não depende mais de cartas ou telefonemas longos e caros, pode-se interagir através de blogs, e-mails, sms via telefone celular e sites como facebook e Orkut. Na interação do homem e o meio faz-se necessário o conhecimento, como afirma Piaget (1972) que é construído, dependendo dos dois ao mesmo tempo, e geram a conservação, a formação ou a transformação das estruturas cognitivas e a construção de novos significados.
Com as exigências do mercado de trabalho e da sociedade na operacionalização dos modernos equipamentos, software e internet, torna-se necessário uma qualificação de todos os envolvidos no processo educacional. Nesse sentido, espera-se que os gestores escolares, a secretaria de educação e o poder executivo possam oferecer a oportunidade para que esses colaboradores busquem a capacitação e dessa forma desenvolvam suas atividades com mais eficiência, promovendo uma educação de maior qualidade.
A necessidade de ensinar usando os recursos midiáticos decorre da importância de preparar os alunos para que sejam capazes de enfrentar os desafios apresentados pela sociedade contemporânea, da aplicabilidade dos meios de comunicação e informação como a internet.
A escola há de ser um espaço no qual os aprendizes sejam também usuários dessas ferramentas, a fim de se tornarem críticos, autônomos, criativos e dessa forma serem incluídos na sociedade moderna e do conhecimento.
Porém quanto ao uso de multimídias em sala de aula, percebe-se que por um lado, os estudantes ficam perplexos e apreensivos e por outro, os professores são tomados de certo temor, por conta de muitas vezes não possuírem a competência de operar equipamentos modernos, ou por falta de treinamento adequado para o manuseio, ou ainda por não ter acesso aos recursos midiáticos.
Nos últimos anos, mais precisamente a partir de 2007, o governo vem realizando ações no sentido de planejar o acesso tanto a equipamentos quanto à grande rede, programas como o E-Proinfo que traz a possibilidade da capacitação de professores e o projeto; Um Computador por Aluno (UCA) ainda em fase experimental tem o objetivo de distribuir computador móvel para estudantes das escolas públicas, entretanto o acesso à internet é fundamental para que os alunos realizem suas pesquisas passando ele a ser o construtor de seu aprendizado e o professor o mediador desse processo.
Diante disso indaga-se: Qual a expectativa da comunidade escolar com a chegada dos recursos midiáticos? A escola em questão dispõe de computadores e acesso à rede mundial de computadores que atendam a demanda da instituição? Os recursos tecnológicos de que a escola dispõe estão sendo usados, com que frequência? O uso desses equipamentos está fundamentado num planejamento didático-pedagógico? Qual tem sido a política pública para fornecimento desses recursos? Qual o papel dos gestores estaduais e municipais na aquisição desses recursos? De que maneira pode-se contribuir no sentido de democratizar o acesso a esses recursos? Enfim, busca-se uma análise da utilização do computador na Escola Dr. Fernando Sá Miranda e o uso da internet para fins pedagógicos.
Dessa forma torna-se importante nessa pesquisa verificar o uso das TIC’s como apoio pedagógico em sala de aula e nas pesquisas na Escola Municipal Dr. Fernando Sá Miranda, avaliar os recursos multimídias como alternativa promissora no processo ensino e aprendizagem e Compreender as políticas públicas de fornecimento e aquisição dos recursos multimídias na Escola Dr. Fernando Sá Miranda.
Para a construção desse artigo, em um primeiro momento, desenvolveu-se um estudo teórico sobre o tema em questão: o uso do computador com acesso a internet para fins pedagógicos na instituição supracitada. Em seguida realizou-se uma pesquisa documental na secretaria da escola procurando conhecer a Proposta Pedagógica e o Projeto Político Pedagógico da escola e verificar se esses documentos contemplam os recursos midiáticos existentes na escola, bem como a inserção de atividades voltadas para o uso de computador e da internet em seus projetos pedagógicos.  Houve também a consulta de alguns documentos na Secretaria Municipal de Educação, com o objetivo de melhor compreender a política pública municipal aplicada quanto à aquisição, instalação e manutenção dos recursos midiáticos da referida instituição.  
No segundo momento foram aplicados alguns questionários a públicos distintos: :professores, alunos, coordenadores e diretores. Esses instrumentos serviram para conhecer a quantidade de equipamentos eletrônicos que a instituição dispõe para o uso de seus profissionais, a finalidade para a qual os recursos midiáticos existentes estão sendo utilizados, os resultados alcançados, as dificuldades encontradas, como os alunos reagem diante do uso das mídias em sala de aula e verificar se a instituição está conectada à grande rede e se permite acesso irrestrito à internet a todos da equipe escolar.
No terceiro momento, após a coleta de dados procedeu-se a análise dos dados seguido da construção de gráficos e tabelas e por fim a elaboração desse artigo científico com os resultados da pesquisa realizada.
1.1 A internet como ferramenta pedagógica
Nos dias atuais, a Internet representa um novo contexto na sociedade e faz parte do cotidiano das pessoas, aumentou o lucro, facilitou a comunicação, dinamizou o tempo e se tornou uma importante ferramenta pedagógica, mudando também a educação e promovendo novas metodologias. Valzacchi (2003) afirma:

Este repensar da perspectiva educativa incide largamente na relação entre a Internet e a aprendizagem, toda vez que se faz uso desse meio, predominantemente para fazer a diferença (novo paradigma, atuar sobre objetos de conhecimento e interagir entre grupos de pessoas), tomando como marco o global, mas sem perder de vista o local (VALZACCHI, 2003 p.129-177).

Atualmente, pesquisadores, políticos e educadores debatem sobre o uso dos recursos midiáticos como ferramenta pedagógica propulsora da tão almejada qualidade do ensino público no Brasil e essa discussão nos promove o entendimento da necessidade de ensinar usando os recursos midiáticos.
Assim torna-se importante que os educadores usem a criatividade para desenvolver habilidades na formulação de metodologias que promovam o uso do computador conectado à internet proporcionando um processo de aprendizagem mais prazeroso, em concordância com Pozo (2004, p.10) quando ressalta que a "escola já não é a primeira fonte de informação para os alunos e que o professor também não é mais a única fonte de informações e conhecimentos para os alunos construírem conhecimentos significativos".
Nesse mesmo sentido as professoras Ramos e Copolla, integrantes do Programa de Desenvolvimento Educacional –PDE 2008/2009 opinaram:
A escola precisa compreender e incorporar a linguagem virtual da Internet, e integrar esta tecnologia de forma inovadora como fonte de pesquisa e ferramenta de trabalho, tornando-a um elemento que poderá contribuir para uma maior vinculação entre os contextos de ensino e as culturas que se desenvolvem também fora do âmbito escolar. (RAMOS E COPOLLA, 2010, p.3).

Dentre os vários recursos tecnológicos, o computador permite várias opções de interação do educando com o tema estudado, mas a internet complementa com as diversas possibilidades de comunicação entre educando e educador, oferecendo ainda a possibilidade de explorar as potencialidades do ambiente virtual no processo ensino aprendizagem de acordo Ramos e Copola:
O computador e a Internet enquanto ferramentas pedagógicas, quando bem utilizadas, poderão oferecer maior subsídio para uma nova postura na ação docente. Neste aspecto entende-se que os professores são sujeitos dos saberes e mediadores de toda ação pedagógica que ocorre no interior da escola, por esta razão, necessitam apropriarem-se das novas tecnologias, não apenas para motivar os alunos, mas para compreender o processo ativo e dinâmico que ocorre nessa interação entre o homem e a máquina. (RAMOS E COPOLLA, 2010, p.3).

O sistema educacional é de grande complexidade e dependente das políticas públicas e institucionais, estas atualmente devem ser constituídas de ações inovadoras, atitudes que estejam mais próximas de nossa realidade. A valorização dos profissionais de educação, por exemplo, é vista como fator fundamental no processo de melhoria da qualidade da educação e uma motivação a mais na inserção da tecnologia nas escolas como recurso pedagógico.
Entretanto, a divulgação em massa nas mídias: escrita, falada e televisa evidenciam ações governamentais que beneficiam os professores, frases como: “Estamos no ano da educação”, “A educação é nossa prioridade”, “vamos valorizar o professor”, são proferidas a todo instante, até piso nacional de salário para a categoria (professores da educação básica) foi fixado; um valor menor que o piso salarial de outras categorias nas quais pode-se ingressar apenas com o 5º ano, enquanto os professores de qualquer nível conforme a lei  deve ter  formação universitária, assim como os advogados e os médicos, entretanto a diferença dos rendimentos entre esses profissionais é absurda, e ainda tem um grande número de municípios que não cumprem a lei, deixando de pagar o piso nacional de salário dos professores.
Em outro viés, é necessário destacar que o Ministério de Educação e Cultura(MEC)ao formular políticas públicas para a educação vem priorizando as melhorias institucionais, insistindo na qualidade na formação do aluno e promovendo cursos de formação do professor como o e-proinfo. A educação no Brasil tem avançado significativamente com a democratização do acesso à escola, o crescimento econômico e a chegada da multimídia na escola, isso de certa forma tem melhorado a qualidade da educação básica, criando expectativas futuristas na valorização da educação na sociedade do conhecimento, porém Kenski alerta:
Não é possível pensar na prática docente sem pensar na pessoa do professor e em sua formação, que não se dá apenas durante seu percurso nos cursos de formação de professores, mas durante todo o seu caminho profissional, dentro e fora de sala de aula. Antes de tudo, a esse professor devem ser dadas oportunidades de conhecimentos e de reflexão sobre sua identidade pessoal como profissional docente, seus estilos e seus anseios. (KENSKI, 2003 p.48).
Assim compreende-se que a melhoria da educação básica brasileira engloba uma série de questões, entre elas destaca-se: valorização do aluno, democratização do uso dos recursos midiáticos nas escolas e além da possibilidade de qualificação profissional, melhoria salarial para os professores.  É quase inacreditável que profissionais formadores de opinião, responsáveis pela preparação do homem cidadão, do homem crítico e conhecedor de seus direitos se deixem ser levados a uma situação esdrúxula como é a realidade salarial da categoria, como Freire afirma:
Uma educação que possibilitasse ao homem a discussão corajosa de sua problemática. De sua inserção nesta problemática. Que o advertisse dos perigos de seu tempo, para que, consciente deles, ganhasse a força e a coragem de lutar, ao invés de ser levado e arrastado à perdição de seu próprio “eu” submetidos às prescrições alheias. (FREIRE, 2003 p. 98).

Compreende-se que os aprendizes sejam também usuários das Tic’s a fim de incluí-los na sociedade moderna e do conhecimento, como afirma Moran:
Precisamos tornar a escola um espaço vivo, agradável, estimulante, com professores mais bem remunerados e preparados; com currículos mais ligados à vida dos alunos; com metodologias mais participativas, que tornem os alunos pesquisadores, ativos; com aulas mais centradas em projetos do que em conteúdos prontos; com atividades em outros espaços que não a sala de aula, mais semi-presenciais e on-line, principalmente no ensino superior”(MORAN, 2007 p.10).

Porém quanto ao uso de multimídias em sala de aula, os alunos da região são descrentes quanto o acesso à internet da sala de aula. Embora o programa - Um computador por aluno – tenha sido experimentado em algumas instituições escolares, para aqueles das regiões mais distantes como o interior nordestino, na qual os estudantes tem dificuldade até de frequentar uma lanhouse, dado suas diminutas condições financeiras, o programa representa um sonho bem distante da realidade.
De acordo Paulo Freire: “A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem, não pode temer o debate à análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora sob pena de ser uma farsa” (FREIRE, 2003, p. 104).
A mídia mais descentralizada e promissora tem sido a internet, isso vem de certa forma ameaçando grupos políticos elitizados, que tem pouco interesse em uma educação libertadora, aqueles que sutilmente tem provocado algumas tentativas de controle da internet, mas mesmo assim a grande rede vem contribuindo na  educação.
Democratizar o acesso à internet é garantir o acesso de todos da equipe escolar à rede mundial de computadores, especialmente os alunos, alguns aspectos importantes dessa democratização é a permanência do educando na escola, menor número de faltas injustificadas, menor evasão escolar e a consequente terminalidade escolar, que é significativa tanto individual quanto socialmente, e a qualidade satisfatória da educação.
 1.2 – A Escola Municipal Dr. Fernando Sá Miranda
A escola Dr. Fernando Sá Miranda foi fundada na década de 1970, quando ainda vivia-se no regime militar, recebeu esse nome em homenagem a um advogado da cidade, militante do PC do B e com importantes serviços prestados à comunidade, localizada na Rua Dr. Fernando Sá Miranda, nº. 08 no centro da cidade de Macarani – BA. A Instituição conta com: uma cozinha, uma sala de professores, uma sala da diretoria, uma secretaria, 15 salas de aula, um Centro de Informática com 17 computadores, está conectada à internet banda larga através do sistema wi-fi, atende uma clientela de 616 alunos aproximadamente, de variadas etnias e classes sociais, funciona nos turnos: matutino e vespertino, atendendo alunos do 6° ao 9° ano do ensino fundamental, no exercício anterior obteve 3% de índice de reprovação e no último Índice da Educação Básica (IDEB) obteve a 4ª colocação do estado.  Conta com 50 colaboradores entre eles: uma diretora, 32 professores e uma coordenadora pedagógica.
Nessa instituição buscou-se compreender o uso de computadores e da internet em sala de aula. Além da pesquisa quantitativa, foram coletados depoimentos importantes tanto de educandos quanto de educadores sobre a questão.
1.2.1 – O uso do Computador na visão dos discentes
O instrumento utilizado na pesquisa foi um questionário com 10 perguntas referentes à utilização do computador e da internet como ferramenta pedagógica e ajuda a compreender a visão do alunado da escola em questão. Quanto ao funcionamento dos computadores da escola, destaca-se no gráfico 01 que 51% não funcionam. Isto permite observar a falta de pessoal qualificado para a manutenção desses equipamentos.




Gráfico 01 – Funcionamento dos computadores da escola

Fonte: Trabalho de campo/2012
Nota-se também que um bom número dos entrevistados não tem conhecimento ou não sabem informar sobre a questão. O que pode ser um indicativo da falta de interesse dos alunos gerada talvez pela ausência de equipamentos como o computador em condições de uso, sem perder de vista a relação professor – aluno que é um fator preponderante quanto a aceitação das condições existentes, ou seja, o número de computadores e os horários disponíveis para  aulas práticas, trabalhos e  pesquisas. 
Quanto ao acesso á internet na escola (GRÁFICO 02e 03) e as pesquisas que foram realizadas 41% dos entrevistados afirmaram que não é possível acessar a internet da escola e que a maioria dos estudantes não usa a internet da escola em suas pesquisas escolares. É perceptível a falta informações necessárias quanto aos recursos midiáticos existentes na instituição e o acesso destes aos educandos. Não é compreensível que os estudantes não tenham conhecimento das reais condições e disponibilidade dos recursos de informática para uso, por quem de direito foram adquiridos e direcionados. Essas informações deveriam ser largamente divulgadas, inclusive para aqueles que demonstram falta de interesse, entre esses os estudantes eventualmente desestimulados.



Gráfico 02 – Acesso à internet na escola Gráfico 03 – Pesquisa na Internet da escola

Fonte: Trabalho de campo/2012                                                 Fonte: Trabalho de campo/2012

No gráfico 04pode-se observar que a maioria dos alunos entrevistados prefere filmes, enquanto alguns optam estar conectados à internet nas redes sociais. Sendo um claro exemplo da necessidade do professor estar atento e orientando os educandos para que o uso da internet tenha um único fim, o educacional. Isso pode ser resultado do usoconstante dessa ferramenta nas pesquisas educacionais, quando o professor tem a oportunidade de informar sites educativos e orientar o acesso, além de ensinar aos educandos formas de filtrar informações, fazendo com que o aluno adquira a competência e a consciência do que realmente é necessário em suas pesquisas.
Gráfico 04 – Interesse dos alunos

Fonte: Trabalho de campo/2012

Compreende-se que esta pesquisa trouxe dados relevantes quanto à realidade vivenciada pelos alunos da Escola Dr. Fernando Sá Miranda quando 85% dos entrevistados responderam que a escola tem apenas um professor de informática, que não atende aos dois turnos da escola,59% afirmaram ter menos de 02 horas/aulas semanais, o que é muito pouco,11% não opinaram e11% disseram não ter aceitado aula de informática.
Quanto à dinamicidade e democratização do uso do computador e da internet em sala de aula, houve alguns depoimentos interessantes: o aluno C relatou: “eu acho melhor a internet em sala de aula, porque os alunos se interessam mais fazendo pesquisas em computadores”. Com isso fica claro que os alunos têm conhecimento da linguagem virtual e sabem muito bem como e para que usar a internet apontam-na como ferramenta propulsora da pesquisa. O aluno K disse: “não, é melhor deixar a internet porque os alunos vão acessar outras pessoas” e o aluno Y sugeriu: “minha sugestão é para que os professores de informática deixem os alunos aprender mais sobre a internet e sobre o computador e que as aulas sejam mais duradouras porque o tempo é muito curto e para que os alunos acesse o que quiser”.
Enquanto alguns chamam atenção para o uso indevido em sala de aula como os alunos K e Y, o primeiro sugere que alguns poderão desviar o foco educacional para os contatos pessoais provavelmente em sites de relacionamento, enquanto o segundo deseja acesso livre e irrestrito. Entende-se que a pesquisa revela que os alunos da escola em questão não diferem muito da maioria de jovens adolescentes no contexto social dos dias atuais, exigindo dos educadores uma relação esclarecedora. Esta acontece comum diálogo franco entre o professor e o aluno que deve observar as orientações se tornando capaz em filtrar sites e blogs que estejam voltados para a pesquisa, dessa forma o acesso à internet deve ser permitido dentro de alguns limites, e isso pode ser colocado de forma clara aos aprendizes, incutindo neles uma autonomia responsável.
1.2.2 O uso do computador na visão dos docentes
A equipe de professores da escola Dr. Fernando Sá Miranda possuem formação universitária, alguns com formação especifica na área que ministram aulas, mas a grande maioria são pedagogos e pelo menos 60% deles estão se especializando em Mídias na Educação, através do programa e-proinfo oferecido pelo Ministério da Educação em convenio com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), que está sendo responsável pela formação daqueles profissionais.
Nota-se com isso que toda equipe tem desejo em se preparar melhor, adquirir conhecimento e aprender cada vez mais, buscando se apropriar das novas metodologias com um objetivo comum, que é a qualidade do ensino.
Os professores entrevistados em sua totalidade disseram que nunca usaram a internet como fonte de pesquisa em sala de aula, 58% dos entrevistados acha que os recursos eletrônicos de informática são importantes em projetos pedagógicos, mas 42% acham que eles pouco contribuem.
Quanto ao interesse dos estudantes, os professores afirmam que ao fazerem uso das mídias em sala de aula 50% deles preferem filmes, e que a minoria tem interesse pela pesquisa, o que aparentemente é ruim significa uma excelente oportunidade para mudança dessa realidade, considerando que o professor pode interagir com a turma e através da exibição de uma produção cinematográfica desenvolver aulas interativas, fazendo com que a turma sinta a necessidade da pesquisa.
Gráfico 05 – Interesse dos estudantes na visão do professor

Fonte: Trabalho de campo/2012
Os professores (GRÁFICO 06) ao usarem os recursos midiáticos
exploram de forma satisfatória aqueles que a escola dispõe, notadamente os aparelhos de TV. Foram substituídos pelo Data-show que projeta uma imagem de melhor visualização e  com isso prende mais a atenção do aluno, um bom número deles quando fazem uso dessas ferramentas preferem a câmera fotográfica que além de registrar fotos das atividades da turma, permite também a produção de vídeos que são apresentados posteriormente para os alunos, talvez por isso o DVD seja o equipamento preferido entre aqueles profissionais.

Gráfico 06 –Recursos midiáticos mais usados pelos professores.

           Fonte: Trabalho de campo/2012


Gráfico 07 – Frequência de uso dos Recursos Midiáticos na prática pedagógica dos professores da Escola Dr. Fernando Sá Miranda.

Fonte: Trabalho de campo/2012

Os professores que usam os recursos de informática rotineiramente disseram que suas aulas são planejadas em forma de slides e vídeos sobre os assuntos trabalhados em sala de aula, um deles pontuou o seguinte:
Os professores que usam os rec O uso da mídia além de despertar muito interesse aos alunos, prende mais a atenção dos mesmos. São poucas as dificuldades encontradas, porém a maioria deles ainda não tem uma formação mental para o raciocínio lógico sem a ajuda do professor. Que além de prender mais a atenção dos educandos ,a aula fica mais dinâmica, facilita o aprendizado, leva-os a uma pesquisa mais útil, além das redes sociais. Seria mais útil se cada aluno tivesse acesso à rede Wi-fi, durante as aulas para pesquisa e que dispuséssemos de lousas interativas. (PROFESSOR ENTREVISTADO, 2012)

A maioria dos entrevistados fez ou faz uso dos equipamentos eletrônicos em sala de aula embora esporadicamente. Compreende-se com isso que o tempo de conhecer e saber operar os instrumentos se constitui na fase de acomodação, ou seja, a fase de vencer a resistência, da aceitação do novo e que para as mídias serem usadas com maior frequência pelos professores é preciso quebrar a barreira do medo, do desconhecido e vencer os obstáculos, como opinou um deles.
A introdução da informática na educação é o mais novo desafio para nós educadores. Trouxe novas possibilidades ao processo ensino e aprendizagem, deixando mais eficiente, mais profundo, mais abrangente, mais confortável e motivada. Em primeiro lugar é ter desapego pela acomodação, ter coragem de enfrentar a resistência e principalmente não ter medo de errar. (PROFESSOR ENTREVISTADO, 2012)
O que pode ser observado é que os docentes da escola Dr. Fernando Sá Miranda estão se preparando para usarem com mais frequência e eficiência as mídias em sala de aula, mais especificamente o computador e a internet, o que é bastante promissor, a maioria tem conhecimento operacional, também de programas e sites educativos e estão conscientes dos desafios, principalmente frente à clientela com a qual trabalha como relatou um dos pesquisados; “não ter medo de errar”.
1.3 A direção da escola e suas dificuldades
A equipe gestora da escola se constitui de uma diretora, duas vice-diretoras e uma coordenadora pedagógica. Segundo essa equipe, a escola não tem telefone e os computadores que possui não atende a demanda existente, embora possua o sistema Wi-fi não é possível conectar-se à internet em todas as salas de aula. Informa ainda que todos que trabalham na escola têm acesso aos computadores e internet, a escola dispõe de mais de 03 impressoras, porém não tem um técnico que possa dar manutenção a esses equipamentos. A instituição não oferece curso de capacitação na área de informática para seus professores, porém a coordenadora pedagógica desenvolve projetos que integra os recursos midiáticos que possui. Entre esses projetos estão a Feira de Ciência e Tecnologia, Revista Ciências no Sá, Os Recursos midiáticos no Ensino da Geometria, entre outros.
Segundo a diretoria da escola a aquisição de equipamentos eletrônicos existentes na instituição são frutos de uma pareceria do estado e do município que enviaram esses recursos, havendo também participação do governo federal através do Proinfo oferecendo alguns equipamentos e com a verba do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),e do Programa Dinheiro Direto na Escola(PDDE), foi possível equipar melhor a escola.
Como as maiores dificuldades encontradas tanto para aquisição de novos equipamentos quanto para manter os existentes funcionando, importantes fatores são apontados, em primeiro lugar é que os fornecedores com melhores preços nem sempre possui a documentação exigida para que a compra seja efetuada e a maior delas é a falta de técnicos para manutenção das máquinas existentes. Ao apontar a cotação de preços como uma dificuldade e sendo esse um processo necessário para compra de instituição pública, sem dúvida há uma referenciada localidade que a escola se encontra, onde há poucos fornecedores de informática tendo muitas vezes que recorrer a outras praças. Quanto à falta de técnicos para manutenção, é importante lembrar que a gestão escolar deve estar atenta às necessidades da instituição que dirige no sentido de solicitar dos órgãos competentes o suprimento delas.
Conclusão
O trabalho com a realidade local carece que os educadores levem seus alunos a compreender a complexidade e a amplitude das questões sociais, é fundamental oferecer-lhes, além da maior diversidade de experiências, uma visão abrangente que englobe diversas realidades e ao mesmo tempo, uma visão contextualizada da realidade em que está inserido, o que inclui, além do ambiente físico, as condições sociais e culturais.
Entretanto é necessário torná-los críticos e autônomos conhecedores de seus direitos, além de saberem fazer suas reinvindicações de forma ordeira, sob pena de contribuir com a subserviência com o poder, fator que exclui os mais pobres do conhecimento e tira deles uma eventualidade de mobilidade social. Isto é para se fazer desde cedo, para torná-los produtivos e agentes no processo de sua aprendizagem, enfim que tenham o desejo de manusear e operar equipamentos como: computador, data-show, aparelho de som e câmera fotográfica digital, reconhecendo a importância da internet na escola, tanto para o ensino quanto para suas  pesquisas.
Alunos que não fazem pesquisas nos computadores da escola, que não tem nem conhecimento das horas/aula de informática que ele pode ter na semana, que recusam aula de informática e outros que se quer conhecem o centro de informática da escola, são frutos de uma grande falta de informação a esses educandos.
Nesse sentido, os educadores podem buscar as informações relacionadas aos equipamentos e/ou horários disponíveis, repassando para os alunos. Outra ação significante é conduzir esses sujeitos ao centro de informática, mesmo que seja para uma visita, para que vejam outros colegas operando o computador, procurando despertar o interesse e o desejo de também ser incluídos no meio. Percebe-se também a falta de interesse por parte dos estudantes da escola em ter acesso a esses equipamentos eesta é uma consequência das poucas aulas a eles oferecidas, da falta de estrutura da escola, da falta de professores de informática, entre outros aspectos.
Alunos da escola pública da região, de tanto ouvir falar na escola, na imprensa escrita e nos telejornais da inclusão digital dos estudantes das escolas públicas e não ver isso acontecer na prática, não acreditam mais na possibilidade de algum dia estar em sua sala de aula operando um computador conectado à internet, o que alguns só fazem nas lanhouses, quando dispõe de dinheiro para pagar o acesso.
A qualificação dos professores da escola Dr. Fernando Sá Miranda com os recursos midiáticos é outro fator que faz diferença.  A maioria dos educadores são cursistas do programa e-proinfo na formação continuada em mídias na educação, um curso que promove a interatividade de educadores e alunos em uma aprendizagem significativa, autônoma e critica, estimulando os docentes a usarem os recursos tecnológicos na preparação de suas aulas.
As mudanças que vem acontecendo na educação são significativas para a qualidade do ensino público, os profissionais estão buscando sua qualificação, trabalham com afinco por amor ao que fazem nada lhe é oferecido em troca, mas querem cumprir suas obrigações, seu dever com responsabilidade, quanto aos estudantes da escola Sá Miranda vão ficando  na esperança de uma eventual  possibilidade de melhores dias.
Referencias
FREIRE, Paulo. Educação Como Prática da Liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 2003

KENSKY, Vani M.. Aprendizagem Mediada Pela Tecnologia. Revista Diálogo Educacional, Curitiba: v.4, n.10,p.47-56, set/dez. 2003.

MORAN, J.M. A Educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. Campinas, SP: 2007.

POZO, Juan Ignácio. A Sociedade da Aprendizagem e o Desafio de Converter Informação e Conhecimento. Pátio-Revista Pedagógica, n.31, p.8-11, 2004. 

RAMOS, Marli; COPOLLA, Neusa Ciriaco. Ouso do computador e da internet como ferramentas pedagógicas. 2009.  Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2551-8.pdf>Acessoem: 21/09/12.
VALZACCHI, JORGE R..Internet y Educacion:Aprendiendo y Ensensando em losespaciosvirtuales. 2ª edicion, Versão Digital, 2003. Disponível em http://www.educoas.org/portal/bdigital/es/indice_valzacchi.aspx Acesso  em: 04 jun. 2006.

Nenhum comentário:

Postar um comentário